Documento confidencial #340

Carta do bispo de Londres, Dom Alden B. Pachkavnick, ao prior dominicano Fernando Gomes

"Londres, 14 de abril de 2001.


Caro Fernando, 


                   Os nossos contatos na polícia do Rio de Janeiro nos disseram que os tipos de corte nas vítimas não bate com o padrão de ataque de nenhuma raça de lupinos que estamos acostumados a lidar. Por favor, não nos incomode mais com estas divagações senis.


Atenciosamente,


Alden." 

O Brasil entra na rota dos Caçadores







Documento confidencial #339

Carta do prior dominicano Fernando Ferreira Gomes ao bispo de Londres, Dom Alden B. Pachkavnick

"Rio de Janeiro, 13 de abril de 2001.


Prezado Alden, 


                   Como vai você, velho ranzinza dos infernos? 
                   Nós já conversamos várias e várias vezes sobre esse assunto, e eu lhe asseguro que sei bem do que estou falando. Os fatos não mentem... vamos precisar de, pelo menos, dois agentes aqui. 
                   O Brasil é um país sul-americano corrupto e alienado, mas ainda é a maior nação Católica das Américas. Pelo amor de Jesus Cristo, temos mais de 15 agentes nos Estados Unidos atuando em assuntos menores! Por que não pode deslocar alguns para cá?


Atenciosamente,


Fernando Gomes." 





Lema da Ordem


"Eu visto a armadura
E empunho as armas de São Jorge

Para que os pés dos meus inimigos não me alcancem.
Para que as mãos dos meus inimigos não me toquem.
Para que os olhos dos meus inimigos não me vejam chegar.

Suas balas e suas lâminas
Suas garras e suas presas
Ao tocar o meu corpo
Irão se quebrar.

Nem cordas ou correntes
Nem todo fogo do inferno
Nem todo gelo do coração do Mal
Serão capazes de me parar.

São Jorge, São Jorge
Rogai por nós."


Nova Campanha: A Ordem dos Cavaleiros de São Jorge


Documento confidencial #328

Carta do Bispo emérito de Londres, Dom Alden B. Pachkavnick a Sua Santidade, Papa Estevão II

"Vaticano, 08 fevereiro de 2001.


                       Os pombos não param de se juntar sob a minha janela nestes frios dias de chuva. Mas eu gosto deles, pois sempre me lembram como funcionam as pessoas. E como podem sujar seu chapéu assim que não precisam mais do abrigo que lhes foi fornecido.
                       Vossa Santidade sempre me teve por obstinado e pessimista, mas sabe bem que, apesar de meus muitos defeitos e poucas virtudes, sempre fui fiel à Santa Sé. E como somos amigos há longos anos, Vossa Santidade deve me permitir tratar desses assuntos com a clareza necessária e sem a sutileza que seria esperada nesses casos.
                       Sabemos que a Igreja têm enfrentado problemas para se manter como bússola moral há muito tempo, e que nosso nome não inspira mais a mente dos jovens ou o respeito dos anciões. "Certas batinas jamais deveriam ter sido vestidas, e certos sacramentos, jamais praticados", como disse certa vez um de nossos mártires. Temos sangue secular em nossas mãos e processos penais em mais de vinte países. Mas sabemos que isso é apenas a consequência do mundo em que vivemos: um mundo que não foi herdado pelos "mansos e pacíficos", como dizia Nosso Senhor, mas pelos fortes e perversos, que a todo instante nos espreitam em busca de possíveis fraquezas e rachaduras morais.
                       Tais cousas são mais que suficientes para desanimar os mais incautos e fraquejantes na fé, ou mesmo aqueles que engatinham nas Sagradas Escrituras enquanto um universo maligno de escuridão e poeira rasteja sob a soleira de suas portas. Mas Vossa Santidade nos conhece, entende o nosso trabalho, e sabe que há muitas gerações temos nos mantido impávidos em nossa luta.
                       Como São Paulo e São Jorge, temos combatido o bom combate e empunhado as armas da fé que derrota dragões por séculos e séculos, sem que muito pouco ou quase nada de nossas premissas iniciais precisassem mudar, e sem que nossos méritos precisassem ser minimamente reconhecidos por todos aqueles que se dizem "cristãos".
                       Porém, esse tem sido o nosso principal problema.
                       Desde o início do século passado as nossas fileiras emagrecem a olhos vistos: de milhares de membros no final do século XV, fomos reduzidos a menos de uma centena nos tempos atuais. E até mesmo o dobro disso é considerado nada quando comparado a tudo aquilo que enfrentamos diariamente. E verdade seja dita, tem sido mais fácil encontrar noviços dentre outras "disciplinas da fé" que dentre os próprios católicos que, Deus me perdoe, sequer deveriam se chamar por este nome.
                       Agora também sabemos que Vossa Santidade tem diminuído nossas verbas periodicamente há vários anos, tornando quase impossível a manutenção da nossa Ordem: os pontos de acesso diminuíram consideravelmente, pois a maioria de nossos contatos não pode viver por si só, e precisamos de mais tecnologia em nossas lides diárias do que precisávamos há 20 anos atrás. Temos ao nosso lado homens que podem retorcer o tecido do espaço-tempo e mulheres que fariam chorar de medo a própria Virgem, mas precisamos do apoio de Vossa Santidade para continuar a operar no mundo de hoje.
                       Sem nós, os Servos de Eliakim teriam dominado Moscou; a Cruz de Sangue teria desfraldado sua bandeira na chegada dos Aliados à Normandia; Eduardo III teria perdido a Inglaterra e Portugal seria uma colônia francesa. Nós impedimos a invasão dos Lordes Infernais na Guatemala, exterminamos os dois últimos anticristos e derrotamos a Ordem das Correntes de Lundunus durante a Revolução Industrial. Mas sempre nos mantivemos humildes e fervorosos, ciosos de nosso trabalho e nosso dever perante a Obra de Deus, pois sabemos que é da nossa natureza viver nas sombras que combatemos e lutar as causas obscuras que o mundo deseja olvidar. E talvez seja da nossa natureza permanecer impassíveis enquanto tudo o mais se vai.
                       Se a Ordem dos Cavaleiros de São Jorge se for... quem tomará nosso lugar?
A Opus Dei é uma piada de mal gosto dentro da própria Igreja, os Templários estão velhos e enfraquecidos e os Exorcistas e os Agentes de Gabriel... bem, estes se tornaram praticamente parte daquilo que tentamos erradicar a séculos!Externamente à nossa fé, também não creio haver nenhuma agremiação ou ordem que possa tratar das coisas com as quais lidamos: os Monges do Tao estão mais preocupados com filosofia e contemplação que com a própria existência do Mal, as Damas de Ferro inglesas não passam de aberrações genéticas produzidas pela Ciência e os maçons estão preocupados demais com suas intrigas e joguinhos políticos.
                       Mas nós somos a Ordem dos Cavaleiros de São Jorge: os monstros da noite nos temem, o mundo não sabe quem somos, e mesmo assim a nossa espada continua a ceifar as vinhas do mal dentre os ramos de trigo da Criação. Se Sua Santidade não nos apoiar em nossa batalha... o que será da ordem do Mundo?
                       Assim sendo, informo também que esta é a última carta que vos escrevo, e também a última vez que venho ao Vaticano, pois não pretendo mais deixar Londres até o fim de meus dias. Também espero sinceramente que minhas palavras tenham surtido o efeito necessário, e o tenham feito meditar e repensar certas medidas em nome da manutenção e preservação de tudo aquilo que já conseguimos até hoje. Caso contrário... Que Deus e Nosso Senhor Jesus Cristo nos ajudem, não poderemos mais salvá-los de vocês mesmos.


Atenciosamente,


Alden."



São Jorge


História

De acordo com a lenda, Jorge teria nascido na antiga Capadócia, região do centro da Anatólia que, atualmente, faz parte da República da Turquia.
Ainda criança, mudou-se para a Palestina com sua mãe após seu pai morrer em batalha. Sua mãe, ela própria originária de Lida, na Palestina, possuía muitos bens e o educou com esmero.
Ao atingir a adolescência, entrou para a carreira das armas, por ser aquela que mais satisfazia à sua natural índole combativa. Logo foi promovido a capitão do exército romano devido a sua dedicação e habilidade — qualidades que levaram o imperador a lhe conferir o título de conde da Capadócia.
Aos 23 anos passou a residir na corte imperial em Nicomédia, exercendo a função de Tribuno Militar.
Nesse tempo sua mãe faleceu. Ele, tomando grande parte nas riquezas que lhe ficaram, foi-se para a côrte do Imperador.
Salve Jorge!
Jorge, ao ver urdida tamanha crueldade contra os cristãos, e parecendo-lhe ser aquele tempo conveniente para alcançar a verdadeira salvação, distribuiu com diligência toda a riqueza que possuía aos pobres.
O imperador Diocleciano tinha planos de matar todos os cristãos e no dia marcado para o senado confirmar o decreto imperial, Jorge levantou-se no meio da reunião declarando-se espantado com tal decisão, e afirmou que os romanos deviam se converter ao Cristianismo.
Todos ficaram atônitos ao ouvirem estas palavras de um membro da suprema corte romana, defendendo com grande ousadia a fé em Jesus Cristo. Indagado por um cônsul sobre a origem dessa ousadia, Jorge prontamente respondeu-lhe que era por causa da Verdade. O cônsul, não satisfeito, quis saber: "O que é a Verdade?". Jorge respondeu-lhe: "A Verdade é meu Senhor Jesus Cristo, a quem vós perseguis, e eu sou servo de meu redentor Jesus Cristo, e Nele confiando me pus no meio de vós para dar testemunho da Verdade."
Como Jorge mantinha-se fiel ao cristianismo, o imperador tentou fazê-lo desistir de sua fé torturando-o de vários modos. E, após cada sessão de tortura, era levado perante o imperador, que lhe questionava se renegaria a Jesus para adorar os ídolos. Todavia, Jorge reafirmava sua fé, enquanto seu martírio ganhava notoriedade a cada dia, a ponto de muitos romanos resolverem tomar as dores daquele jovem soldado - inclusive a mulher do próprio imperador, que se converteu ao Cristianismo.
Finalmente, Diocleciano, não tendo êxito, mandou degolá-lo em 23 de abril de 303, em Nicomédia (Ásia Menor).
Os restos mortais de São Jorge foram transportados para Lida (Antiga Dióspolis), cidade em que crescera com sua mãe. Lá, foi sepultado, onde, mais tarde, o imperador cristão Constantino mandou erguer suntuoso oratório aberto aos fiéis, para que a devoção ao santo fosse espalhada por todo o Oriente.
Pelo século V, já havia cinco igrejas em Constantinopla dedicadas a São Jorge. Só no Egito, nos primeiros séculos após sua morte, construíram-se quatro igrejas e quarenta conventos dedicados ao mártir. Na Armênia, em Bizâncio, no Estreito de Bósforo na Grécia, São Jorge era inscrito entre os maiores santos da Igreja Católica.

Padroeiro da Inglaterra, da Catalunha e de Portugal

Na Itália, Jorge era padroeiro da cidade de Gênova. Frederico III da Alemanha dedicou a ele uma Ordem Militar. Desde Dom Nuno Álvares Pereira, o santo é reconhecido como padroeiro de Portugal e do Exército. Na França, Gregório de Tours era conhecido por sua devoção ao santo cavaleiro; o Rei Clóvis dedicou-lhe um mosteiro, e sua esposa, Santa Clotilde, mandou erguer várias igrejas e conventos em sua honra. Mas a Inglaterra foi o país ocidental onde a devoção ao santo teve papel mais relevante.
Não há consenso a respeito da maneira como São Jorge teria se tornado padroeiro da Inglaterra. Seu nome era conhecido pelos ingleses e irlandeses muito antes da conquista normanda, o que leva a crer que os soldados que retornavam das cruzadas influíram bastante na disseminação de sua popularidade.
Acredita-se que o santo tenha sido escolhido padroeiro do reino quando Eduardo III fundou a Ordem da Jarreteira, também conhecida como Ordem dos Cavaleiros de São Jorge, em 1348. De acordo com a história da Ordem da Jarreteira, o Rei Artur, no século VI, colocou a imagem de São Jorge em suas bandeiras. Em 1415, a data de sua comemoração tornou-se um dos feriados mais importantes do país.
Foi substituído, segundo bula do Papa Leão XIII de 2 de junho de 1893, por São Pedro como padroeiro da Inglaterra — recomendação que perdura até hoje.
Posteriormente, pelas reformas do Papa Paulo VI, São Jorge foi rebaixado a santo menor de terceira categoria (segundo hierarquia católica), cujo culto seria opcional nos calendários locais e não mais em caráter universal. No entanto, a reabilitação do santo como figura de primeira instância, e arcanjo, lembrando a figura do próprio Jesus Cristo, pelo Papa João Paulo II em 2000, conferiu nova relevância a São Jorge.

A Lenda da Dragão e da Princesa

Cantigas medievais contam que Jorge era filho de Lorde Albert de Coventry. Sua mãe morreu ao dá-lo à luz e o recém nascido Jorge foi roubado pela Dama do Bosque para que pudesse, mais tarde, fazer proezas com suas armas. O corpo de Jorge possuia três marcas: um dragão em seu peito, uma jarreira em volta de uma das pernas e uma cruz vermelho-sangue em seu braço.
Jorge e o Dragão
Ao crescer e adquirir a idade adulta, ele lutou contra os sarracenos e, depois de viajar durante muitos meses por terra e mar, foi para Sylén, uma cidade da Líbia. Lá encontrou um pobre eremita que lhe disse que toda a cidade estava em sofrimento, pois lá existia um enorme dragão cujo hálito venenoso podia matar toda uma cidade, e cuja pele não poderia ser perfurada nem por lança e nem por espada. O eremita lhe disse que todos os dias o dragão exigia o sacrifício de uma bela donzela e que todas as meninas da cidade haviam sido mortas, só restando a filha do rei, Sabra, que seria sacrificada no dia seguinte ou dada em casamento ao campeão que matasse o dragão.
Ao ouvir a história, Jorge ficou determinado em salvar a princesa. Ele passou a noite na cabana do eremita e, ao amanhecer, partiu para o vale onde o vivia o dragão. Ao chegar no local, viu um pequeno cortejo de mulheres lideradas por uma bela moça vestindo trajes de pura seda árabe. Era a princesa, que estava sendo conduzida pelas mulheres para o local do sacrifício. São Jorge se colocou na frente das mulheres com seu cavalo e, com bravas palavras, convenceu a princesa a voltar para casa.
O dragão, ao ver Jorge, sai de sua caverna, rosnando tão alto quanto o som de trovões. Mas Jorge não sente medo e enterra sua lança na garganta do monstro, matando-o. Como o rei do Marrocos e do Egito não queria ver sua filha casada com um cristão, envia São Jorge para a Pérsia e ordena que seus homens o matem. Jorge se livra do perigo e leva Sabra para a Inglaterra, onde se casa e vive feliz com ela até o dia de sua morte, na cidade de Coventry.
De acordo com outra versão, Jorge acampou com sua armada romana próximo a Salone, na Líbia. Lá existia um gigantesco crocodilo alado que estava devorando os habitantes da cidade, que buscaram refúgio nas muralhas desta. Ninguém podia entrar ou sair da cidade, pois o enorme crocodilo alado se posicionava em frente a estas. O hálito da criatura era tão venenoso que podia matar por envenenamento se alguém se aproximasse. Com o intuito de manter a besta longe da cidade, a cada dia ovelhas eram oferecidas à fera até estas terminarem e logo crianças passaram a ser sacrificadas. O sacrifício caiu então sobre a filha do rei, Sabra, uma menina de quatorze anos. Vestida como se fosse para o seu próprio casamento, a menina deixou a muralha da cidade e ficou à espera da criatura. Jorge, o tribuno, ao ficar sabendo da história, decidiu pôr fim ao episódio, montou em seu cavalo branco e foi até o reino resgatá-la. Jorge foi até o reino resgatá-la, mas antes fez o rei jurar que se a trouxesse de volta, ele e todos os seus súditos se converteriam ao cristianismo. Após tal juramento, Jorge partiu atrás da princesa e do "dragão". Ao encontrar a fera, Jorge a atinge com sua lança, mas esta se despedaça ao ir de encontro à pele do monstro e, com o impacto, São Jorge cai de seu cavalo. Ao cair, ele rola o seu corpo, até uma árvore de laranjeira, onde fica protegido por ela do veneno do dragão até recuperar suas forças. Ao ficar pronto para lutar novamente, Jorge acerta a cabeça do dragão com sua poderosa espada Ascalon. O dragão derrama então o veneno sobre ele, dividindo sua armadura em dois. Uma vez mais, Jorge busca a proteção da laranjeira e em seguida, crava sua espada sob a asa do dragão, onde não havia escamas, de modo que a besta cai muito ferida aos seus pés. Jorge amarra uma corda no pescoço da fera e a arrasta para a cidade, trazendo a princesa consigo. A princesa, conduzindo o dragão como um cordeiro, volta para a segurança das muralhas da cidade. Lá, Jorge corta a cabeça da fera na frente de todos e as pessoas de toda cidade se tornam cristãs.
O dragão (o demônio) simbolizaria a idolatria destruída com as armas da Fé. Já a donzela que o santo defendeu representaria a província da qual ele extirpou as heresias.

Oração a São Jorge

Eu andarei vestido e armado com as armas de São Jorge para que meus inimigos, tendo pés não me alcancem, tendo mãos não me peguem, tendo olhos não me vejam, e nem em pensamentos eles possam me fazer mal.
Armas de fogo o meu corpo não alcançarão, facas e lanças se quebrem sem o meu corpo tocar, cordas e correntes se arrebentem sem o meu corpo amarrar.
Jesus Cristo, me proteja e me defenda com o poder de sua santa e divina graça, Virgem de Nazaré, me cubra com o seu manto sagrado e divino, protegendo-me em todas as minhas dores e aflições, e Deus, com sua divina misericórdia e grande poder, seja meu defensor contra as maldades e perseguições dos meu inimigos.
Glorioso São Jorge, em nome de Deus, estenda-me o seu escudo e as suas poderosas armas, defendendo-me com a sua força e com a sua grandeza, e que debaixo das patas de seu fiel ginete meus inimigos fiquem humildes e submissos a vós. Assim seja com o poder de Deus, de Jesus e da falange do Divino Espírito Santo.
São Jorge Rogai por Nós.

Oração a São Jorge II

São Jorge,cavaleiro corajoso, intrépido e vencedor; abre os meus caminhos, ajuda-me a conseguir um bom emprego; faze com que eu seja bem quisto por todos superiores, colegas, e subordinados; que a paz, o amor e a harmonia estejam sempre presentes no meu coração, no meu lar e no meu serviço; meus inimigos terão os olhos e não me verão, terão boca e não me falarão, terão pés e não me alcançarão, terão mãos e não e não me ofenderão.
São Jorge vela por mim e pelos meus, protegendo-me com suas armas.
O meu corpo não será preso nem ferido, nem meu sangue derramado; andarei tão livre como andou Jesus Cristo nove meses no ventre da Virgem Maria.
Amém.

Oração a São Jorge III

Ó Deus onipotente, 
Que nos protegeis 
Pelos méritos e as bênçãos 
De São Jorge. 
Fazei que este grande mártir, 
Com sua couraça, 
Sua espada, 
E seu escudo, 
Que representam a fé, 
A esperança, 
E a inteligência, 
Ilumine os nossos caminhos... 
Fortaleça o nosso ânimo... 
Nas lutas da vida. 
Dê firmeza 
À nossa vontade, 
Contra as tramas do maligno, 
Para que, 
Vencendo na terra, 
Como São Jorge venceu, 
Possamos triunfar no céu 
Convosco, 
E participar 
Das eternas alegrias. 
Amém!

A Lei na Inglaterra medieval

A lei e a ordem eram muito duras na Inglaterra medieval. Os responsáveis acreditavam que as pessoas só aprenderiam a se comportar corretamente se temessem as consequências de se quebrar a lei. Mesmo a "menor" das infrações tinham punições graves. As autoridades temiam os pobres simplesmente porque eles existiam em maior número, e assim qualquer revolta poderia ser potencialmente prejudicial - como a Revolta Camponesa de 1381 provou.
Henrique II

Na época de Henrique II (1133 – 1189) o direito na Inglaterra melhorou sensivelmente. Henrique enviou seus próprios juízes de Londres para ouvir todos os casos em todo condados da Inglaterra. Cada pessoa acusada tinha que passar por uma provação. Havia três provas:

Provação pelo fogo: O acusado segurava uma barra de ferro em brasa e andava três passos. Sua mão era, então, enfaixada e deixada assim por três dias. Se o ferimento estivesse melhorando após três dias, estaria comprovada a inocência. Se a ferida não tivesse claramente melhorado, o veredicto seria a culpa.

Provação pela água: O acusado era amarrado e jogado na água. Se flutuasse, seria culpado.

Provação pelo combate: Este era utilizado pelos nobres. Eles deveriam lutar contra o acusador. Quem ganhasse estaria com a razão. Quem perdesse estaria normalmente morto ao final da luta.

Em 1215, o Papa Inocêncio III decidiu que os padres na Inglaterra não deveriam ajudar nas ordálias. Como resultado, as ordálias foram substituídas por júri popular. Porém, este método não era muito popular entre as pessoas. A maioria tinha receio de que seus vizinhos pudessem nutrir rancor contra eles e usar a oportunidade para se vingar. Depois de 1275, foi introduzida uma lei que permitia às pessoas serem torturadas se se recusassem a ir a julgamento perante um júri.



Um pouco de incentivo ajuda a obter qualquer confissão
Ser considerado culpado de um crime era esperar uma punição severa. Os ladrões tinham as mãos cortadas. Mulheres que cometeram assassinatos eram estranguladas e depois queimadas. Pessoas que caçavam ilegalmente em parques reais tinham suas orelhas cortadas e a alta traição era punida pendurando, arrastando e esquartejando. Devido ao custo, haviam muito poucas prisões e as comunidades locais não estavam preparadas para pagar por sua manutenção. Era mais barato executar alguém por um crime ruim ou mutilá-lo e deixá-lo partir.

Enforcamento de bruxas

A maioria das cidades tinham uma forca nos seus limites. As pessoas ficavam penduradas e seus corpos eram deixados para apodrecer ao longo de semanas como um aviso para os outros. No entanto, tais castigos violentos, evidentemente, não impediam as pessoas. Em 1202, a cidade de Lincoln teve 114 assassinatos, 89 assaltos e 65 pessoas ficaram feridas em brigas. Apenas 2 pessoas foram executadas por tais crimes, donde pode-se concluir que muitos fugiram de Lincoln para não precisar responder por seu crime.

Fonte: The History Learning Site

Ordália

Ordálio ou ordália é um tipo de prova judiciária usado para determinar a culpa ou a inocência do acusado por meio da participação de elementos da natureza e cujo resultado é interpretado como um juízo divino. Também é conhecido como juízo de Deus (judicium Dei, em latim).

Ordália por água

As práticas mais comuns do ordálio são as que envolvem submeter o acusado a uma prova dolorosa. Se a prova é concluída sem ferimentos ou se as feridas são rapidamente curadas, o acusado é considerado inocente. Na Europa medieval, este tipo de procedimento fundava-se na premissa de que Deus protegeria o inocente, por meio de um milagre que o livraria do mal causado pela prova. Apesar de haver sido amplamente praticado durante a Idade Média na Europa, o ordálio possui raízes mais antigas, em culturas politeístas tão remotas quanto o Código de Hamurábi e o Código de Ur-Nammu, bem como em sociedades tribais animistas, como o julgamento pela ingestão da "água vermelha" (fava-de-calabar) em Serra Leoa.

Ordália por fogo

Nas sociedades pré-modernas, o ordálio era um dos três principais meios de prova que habilitavam o juiz a proferir um veredito, juntamente com o juramento e o testemunho. Na Europa, os ordálios em geral consistiam em testar o acusado no fogo ("prova de fogo") ou na água, embora a natureza precisa da prova variasse conforme o lugar e a época. O fogo costumava ser reservado para testar acusados de origem nobre, enquanto que a água era mais usada para os plebeus.

Ordálios efetuando um julgamento por fogo
A Igreja Católica por meio dos papas condenou sucessivamente o ordálio, por exemplo, Estêvão VI em 887/888, Alexandre II em 1063, e mais prominentemente Inocêncio III no IV Concílio de Latrão em 1215, proibindo que o clero cooperasse com os julgamentos pelo fogo e pela água, substituindo-os pela compurgação (um misto de juramento e testemunho). Mesmo assim, os julgamentos por ordálio escassearam somente no final da Idade Média, em geral substituídos pela confissão mediante tortura, mas a prática caiu em desuso apenas no século XVI nos países menos cristianizados.

Fonte: Wikipedia

Julgamentos de animais na Idade Média

Em 1386, um julgamento na cidade francesa de Falaise condenou o réu à pena máxima, enforcamento em praça pública, por cometer infanticídio – assassinato de criança. No dia da execução, o povo se aglomerou para ver o espetáculo. Pela importância da solenidade, o carrasco recebeu um par de luvas brancas. No centro do show estava a ré: uma porca. Sim, isso mesmo. A porca havia sido julgada e condenada à forca. Na Europa feudal, o julgamento de animais era comum, já que se acreditava que, se eles eram responsáveis por crimes, deveriam responder por eles.

O júri era igual ao aplicado aos humanos – e até a advogados os animais tinham direito. A interpretação da criminalidade animal provavelmente vinha das crenças judaico-cristãs. Em uma passagem bíblica, a morte por apedrejamento é citada: “E se algum boi escornear homem ou mulher, que morra, o boi será apedrejado certamente, e a sua carne se não comerá; mas o dono do boi será absolvido.” (Êxodo, capítulo 21, versículo 28).

Segundo a professora de literatura inglesa da Universidade da California e autora do recém-lançado "For the Love of Animals: The Rise of the Animal Protection Movement" ("Pelo amor dos animais: o surgimento do movimento de proteção animal", em tradução literal), Kathryn Shevelow, em entrevista ao G1 por e-mail, a tradição de julgamentos era especialmente comum na França. "Os crimes eram geralmente homicídio ou crimes sexuais, como de humanos que fazem sexo com animais. Nessa época, os homens consideravam os animais moralmente responsáveis por seus atos."

No livro “The criminal prosecution and capital punishment of animals”, inédito em português, o americano Edward Payson Evans examina detalhes de 191 casos do tipo. Segundo ele, os julgamentos ocorreram principalmente entre os séculos XV e XVII, sendo que o primeiro registro encontrado pelo autor data de 824, quando toupeiras foram excomungadas no Vale de Aosta, noroeste da Itália. O último caso, segundo o livro, foi em 1906, quando um cachorro foi julgado em Délémont, na Suíça.

Em alguns casos, os animais obtinham clemência. O júri podia ser tanto eclesiástico como secular, e o crime mais comum era homicídio - mas também foram registrados roubos. Além dos porcos, entre os bichos citados há abelhas, touros, cavalos, ratos, lobos, gatos e cobras.



Na Idade Média, animais eram julgados como humanos e podiam pegar a pena máxima, de execução

Entre os animais acusados, os porcos estavam entre os que mais frequentavam o banco dos réus. Segundo escreveu Piers Beirne, professor de criminologia da Universidade de Southern Maine (EUA), em um artigo sobre o assunto, o motivo de os porcos serem comunmente acusados é que eles viviam livremente com os homens, e seu peso e tamanho faziam com que causassem problemas.

Fonte: G1

Hertfordshire

Hertfordshire tinha um relacionamento conflituoso com o Rei durante a Alta Idade Média. Como a maioria dos condados do sudeste, a maioria de Hertfordshire era propriedade privada (ou seja, não-real) durante esta época. As terras reais eram compostas por cerca de 7% da área do condado.

Hertford Castle
O primeiro Conde de Hertford, Gilbert de Clare, foi empossado em 1138. Ele utilizou um dos primeiros dois conjuntos de brasões heráldicos da Inglaterra: três divisas de ouro em um escudo vermelho. Seu neto Richard de Clare ofereceu ao rei John £100 por ocasião de processos judiciais relativos a sua herança, mas durante a Primeira Guerra dos Barões ele tomou o partido destes contra o rei. Richard se tornou um dos 25 barões que juraram fazer-se cumprir a Carta Magna, motivo pelo qual ele foi excomungado em 1215.

Mapa do castelo

O primeiro esboço da Carta Magna foi escrito na abadia de St Albans em 1213. Apesar de João ter concordado com o documento, ele não aderiu a ele, e Hertfordshire foi o principal campo de batalha na guerra civil que se seguiu. Em 16 de Dezembro 1216, durante a Primeira Guerra dos Barões, o castelo de Hertford, sob o comando de Walter de Godarvil, se rendeu após o cerco de do Delfim Luís (mais tarde rei Luís VIII da França), a quem os barões ingleses haviam convidado para substituir João como rei. O castelo Berkhamsted se rendeu praticamente na mesma época.

Industria e comércio

Hertfordshire possui sub-solo argiloso, e muito de sua terra, embora rica, é "pesado" e não adequado para culturas com um arado medieval. No entanto, o município fez crescer plnatios de cevada que mais tarde se tornaram importantes para o comércio de cerveja.

Esse condado desenvolveu-se mais através do comércio do que através da agricultura, que conduziu a maior perte da economia inglesa durante este período.


Floresta Dyke, em Hertfordshire
Na Alta Idade Média, o condado foi relativamente urbanizado pelos padrões medievais, mas apenas porque os condados seguem as estradas, e as cidades em Hertfordshire tiveram muitas pequenas estradas, em vez de estradas grandes, e assim não havia grande aglomeração.

O comércio vinha crescendo em Hertfordshire desde o início do século 12, com o número de mercados e feiras aumentando de forma constante até a Peste Negra. Durante o século 13, o comércio cresceu ainda mais. O condado era forte na negociação de manteiga e queijo, e em menor grau, de carne, peles e couros. Grande parte deste produto era destinado a Londres. O município também possuía pousadas e prestava serviços para viajantes que vinham e iam para Londres.


Trecho do rio Lea, em Amwell
Os Cavaleiros Templários começaram a construir Baldock por volta de 1140. Em 1185, um levantamento dos Cavaleiros mostrou que Baldock possuia cerca de 122 moradores em 150 hectares (0,61 km2) de terra e vários artesãos. O rei João concedeu aos cavaleiros uma feira e um mercado em 1199, a ser realizada anualmente, que começava no dia de São Mateus e durava pelo menos cinco dias. Por volta da mesma época, o comércio de peles era proeminente em Hitchin.

Bedford

Bedford é uma cidade do condado de Bedfordshire, no leste da Inglaterra. Ela sempre foi uma tranquila e pacata cidade de mercado, construída em torno de uma comunidade agrícola. O rio que atravessa o centro da cidade é o Ouse.

Bedfordshire, condado de Lower Green
Foi envolvida em várias batalhas por ser fronteiriça entre os grandes reinos dinamarqueses do norte e os saxões do sul. Os dinamarqueses governaram o reino de Danelaw, e Wessex era o reino dos saxões. Muitas batalhas sangrentas e cruéis foram travadas entre esses dois reinos como longo de vários séculos, quando os exércitos invasores vieram para conquistar e triunfar sobre os tesouros dos bretões.

Bedford no sec. XV
Mais tarde, a história de Bedford torna-se mais calma. A indústria da lã próspera era um bom ponto de partida para gerar renda, e assim rendeiras qualificadas chegaram mais tarde da Holanda e da França para se instalar na área. 

Mapa de Bedfordshire
Durante a Guerra dos Barões, os barões rebeldes tentaram sitiar o Castelo de Northampton. Vencidos, viraram-se para o Castelo de Bedford, mas este resistiu ao ataque e suas tropas se moveram para Londres. Bedford era mantido na época por William de Beauchamp, mas sua lealdade foi questionada e ele se rebelou contra o Rei João. Falkes de Bréauté, líder anglo-normando leal a João, resistiu e apreendeu Bedford de volta para o rei em 1216. Em troca John deu Falkes a Honra de Bedford (embora não esteja claro se ele deu Falkes o papel do castelão ou a propriedade do castelo em si). Enquanto a guerra continuou, Falkes assumiu o controle de castelos Plympton, Christchurch e Carisbrooke, continuando a morar em Bedford. Após a morte de João em 1216 a guerra voltou-se contra os barões rebeldes e a facção monarquista, incluindo Falkes, foi capaz de restaurar o o jovem Henrique III ao poder.

Bedford Castle
Após a guerra, Falkes fez de Bedford seu quartel-general e o expandiu consideravelmente, resultando no que David Baker descreveu como uma "fortificação principal". Falkes destruiu as igrejas vizinhas de São Paulo e St Cuthbert para criar espaço para um novo "bailey", reutilizando as pedras das igrejas. O castelo parece ter sido quadrangular, com a borda oeste correndo ao longo da parte traseira da High St, e no extremo norte, correndo ao longo da Ram Yard e Lane Castle. O castelo tinha um barbacã (torre fortificada) novo, um pátio exterior e um interior, com este último no canto sudeste, protegido por uma vala interna e uma paliçada de pedras alinhadas; valas de pedras alinhadas também ao redor do castelo; e um novo forte foi construído na colina. As paliçadas de pedra alinhadas e as valas construídas em Bedford eram muito incomuns na Inglaterra - seu equivalente mais próximo são aquelas encontradas no Castelo de Skenfrith. O castelo tinha um postigo na entrada de água, virada para o rio, e um grande salão dentro do pátio interior, no centro, com pelo menos 13 m de largura e 40 m de comprimento. Existia uma portão grande de pedra posicionado na parede exterior do "bailey". Um monte no canto nordeste do castelo, provavelmente apoiou uma grande torre.